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Triptykon - My Pain



Confesso que só hoje ouvi este disco. Ainda não com muita atenção, uma singela audição com repetição de algumas faixas. Mas assim de repente, ainda sem ter crescido o suficiente dentro de mim, esta é a faixa que mais me despertou a atenção.

Muito mais calma que o resto do disco, pelo menos, sem distorção, e salvo erro, sem a voz desse monstro que é Tom G. Warrior, "My Pain" destaca-se no disco. E destaca-se muito bem. Um lick hipnótico programado, que se repete ao longo de toda a faixa, e vozes de fundo a dar uma ambiência que convida ao sonho e divagação. Quando entra a voz feminina, somos de repente elevados e enlevados por uma misteriosa sensação de conforto tépido, que deambula nos nossos sentidos, fazendo-nos desfrutar de toda a beleza do ambiente criado. Véus sonoros que nos embalam a mente. E como se tal sugestão sonora não fosse já por si suficiente, aquele ritmo da bateria que mais parece trip-hop, aquele lick que se repete e repete, e nos arrasta numa espiral de sensações acolhedoras, e aquela voz... Eis que perto do final somos mais uma vez encantados, desta vez por uma voz masculina, (que penso não ser Tom G. Warrior, mas que de  repente até parece Phil Anselmo no disco de Jarboe), e aquela voz quente, grave, penetrante, entra no todo tépido e queima os nossos sentidos desprevenidos numa chama incandescente apenas com o poder reservado da sua voz.

Um exercicío brilhante, por um dos maiores compositores europeus. Provavelmente não será uma música com grande rodagem, mas será sempre interessante ouvir numa noite quente de Verão enquanto se fuma um cigarro ao ao livre, olhando as estrelas no céu. De preferência sem luzes citadinas a atrapalhar.

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