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Palantir - Pisces and Cancer II



Conhecem aquela sensação de descobrir uma música fabulosa? Daquelas músicas que logo á primeira vos atinge no âmago, e que sabem imediatamente que será uma música a ouvir para o resto da vida? Pois preparem-se, e agucem o vosso bom gosto. Terão essa experiencia dentro de momentos.

A banda? Palantir! Escusam de procurar na base de dados da vossa mente, a banda é novíssima, não tem passado, é uma one-man-band, e o miúdo tem 25 anos, nunca tocou em nada que se visse, e vive num recôndito estado da América profunda. Gravou um disco, um singelo disco (e todo ele é brilhante), e fechou o disco com esta canção, porque é este o caminho que quer seguir no futuro. Esta canção destaca-se, não por ser muito diferente do resto, mas porque com esta canção conseguiu atingir aquele estado especial, apenas disponível a algumas canções. Não tem nada a ver com o som, com a qualidade musical, com a profundeza, com nada disso que faz uma boa canção. Porque há boas canções e depois há coisas assim: canções boas, com tudo o que faz uma boa canção, mas com o extra de tudo encaixar, tudo fazer sentido, desde o primeiro som que nos agarra, até ao último fade-in e silêncio final. Cada pormenor, cada som, cada instrumento que entra, cada nota, tudo é assim porque nem faria sentido de outra forma. Tudo nos leva numa viagem sonora que nos agarra pelo espírito dilacerado e nos atira aos céus, á estratosfera.
É aquele lick, que promete, promete muito, parece vento que cresce, são os pormenores de notas que pairam, fantasmagóricas, tensão… E entra aquela voz, à Burzum, o vento cresce, inflama-se parece que vai queimar, explodir… mas não… entra um novo lick de guitarra, suave, ameno, belo, reconfortante… beleza transcendente, a voz sempre em baixo, sempre adivinhando-se, nunca se insinuando, embalando, rasgando friamente o todo, prometendo tempestade, negro, mas apenas dá lugar aquele som quente e tépido da guitarra. Luz! É um jogar constante entre luz e sombras, quente e frio, uma luta entre o bem e o mal. E quem ganha? Ganha aquela guitarra acústica, que no fim aparece, acalma o todo, dança com o calor da guitarra eléctrica, antes desta se calar, e canta-nos solitária no fim antes do silêncio final… Nem faria sentido de outra forma. Um poema musical.


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