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The White Stripes - Seven Nation Army


Rock puro e duro. Esta banda do Michigan, composta por apenas dois elementos, uma baterista e um guitarrista (que ainda ninguém percebeu se são irmãos ou divorciados) consegue transpor para os ouvintes toda a força e todo o poder da música, com o seu rock simples, directo, cru e genial. The White Stripes são neste momento na minha opinião sinónimo de... "Seven Nation Army". Uma musica simples com um riff bastante catchy cuja audição e impossível de ser feita sem um ligeiro headbanging, na minha opinião a melhor música de 2003, capaz de meter a um canto qualquer uma de qualquer estilo, uma música que mesmo que o futuro seja o esquecimento, daqui a uns anos quando alguma rádio se lembrar de a passar ainda terá o mesmo efeito que agora tem. Um daqueles momentos em que tudo passa, em que todas as preocupações que tenhamos desaparecem apenas com a audição da sua guitarra a passar-se por baixo, a bateria compassada (parece Led Zeppelin), e quando chega a parte em que a guitarra delira nos agudos? Minha nossa... Quando este solo arranca eu desapareço e só volto quando a música acaba. Não sei o que dizer desta música mesmo, apenas que quem não a conhece (que penso que não seja ninguém, tal a rotação que tem na rádio) a saque. Preparem-se para 3:50 do melhor som de rock dos últimos anos.
Quem já a conhece. Pois bem... Acho que vocês concordam comigo ou não?

Anathema "A Natural Disaster"


E ai está o novo disco dessa banda magistral.
A banda mais emotiva do mundo, banda sonora de depressões e solidões, companhia de lágrimas e recordações do passado, desilusões amorosas, vazios existenciais e desejos de Morte. Tudo com uma beleza lírica e musical arrebatadora, deixando qualquer amante de música conquistado.

Cada vez mais afastados do doom-metal de qual foram um dos agrupamentos de referência, o seu som neste momento é uma mistura de Pink Floyd, e sons ambientais enlevando-nos através da sua própria contemplação do ser humano. Ao contrário de muitas bandas que ao evoluírem musicalmente, perdem no percurso admiradores, porque são incapazes de evoluir de um modo linear e seguro (embora pareça que falo de Metallica não o faço pois acho que eles o fizeram muito bem até este ultimo disco em que recuaram e mal) os Anathema souberam mudar de um modo quase radical (embora tenha sido progressiva essa mutação, ouvindo hoje em dia o último e uma demo ou o seu primeiro trabalho, as diferenças são abismais) e em vez de perder admiradores, souberam como nenhuma outra banda fazer evoluir os seus fãs também. Porque a qualidade nunca desceu, nunca houve hesitações nem passos mal dados, apenas e só uma evolução consciente e um amadurecimento de som, sem a perca da alma única que sempre os caracterizou.

E o que dizer deste novo disco?
Nem eu mesmo sei, apesar de ser ainda recente, penso que não consegue igualar esse portento que foi e é "Judgement", mas de qualquer dos modos estão aqui inseridas algumas pérolas que deveria ser obrigatório conhecer. O primeiro single é a música "Are You There?" com um ambiente bastante calmo, de uma beleza serpenteante na voz de Vincent Cavanaugh, e com pormenores muito "Oceano Pacifico", uma letra como não poderia deixar de ser depressiva, falando da solidão e da saudade, penso que quem não conhece ainda Anathema (e infelizmente é a maioria) esta música será capaz de abrir o apetite para o que se seguirá, ou neste caso, para o que a precedeu. A música hómonima do disco, é uma música claramente influenciada por Portishead, com uma vocalista convidada (que ainda não descobri quem seja, se alguém souber agradecia que o dissessem nos comentários ---P.S. 16 Dezembro- A vocalista chama-se Lee Douglas e é irmã do baterista John Douglas, tendo já participado anteriormente em discos de Anathema---) que nos leva numa viagem sedutora novamente sobre o tema clássico da música pop a desilusão de Amor:

"its been a long cold winter without you
i've been crying on the inside over you
just slipped through my fingers as life turned away
its been a long cold winter since that day "


A música que encerra este disco "Violence" é um instrumental calmo e sereno de piano, com pequenos apontamentos dos velhos tempos de guitarras eléctricas distorcidas, e baterias tresloucadas. Talvez uma preparação para um retorno aos velhos tempos do doom metal? Talvez não visto que a música "Closer" chega a usar vodacods ao melhor estilo dos Daft Punk (estranho no mínimo) que poderá até assustar os fãs, mas quando se lê a letra, reparamos que é apenas mais uma liberdade que os músicos usaram para estender o seu som para outros domínios e a sua alma continua a mesma.

"your dream world is a very scary place
your dream world is a very scary place
your dream world is a very scary place
to be trapped inside
to be trapped inside
to be trapped inside
all your life "


No geral é um disco óptimo para descobrir o som e o mundo de Anathema, mas na minha modesta opinião, mesmo que algumas músicas sejam excelentes, não conseguem igualar a genialidade de outros tempos, mas sempre uma agradável surpresa ou confirmação no meio da lama que hoje em dia existe.

Evanescence - Heart-Shaped Box (Nirvana cover)

Grande hype que rodeia esta banda. Merecido ou não, a realidade é que de repente instalou-se uma loucura com esta banda impressionante. Na minha modesta opinião, este sucesso é um pouco exagerado, mas numa banda que na minha opinião possui 2 ou 3 músicas bastante boas e uma delas uma balada como já não ouvia a muito tempo ("My Immortal"), sou levado a compreender visto que muitas outras bandas conseguem loucuras semelhantes ou superiores com muito menos.

Irei falar duma música em particular, não se encontra em nenhum CD deles, e nem sei se é uma música com o grau de conhecimento que decerto merece. Falo da versão dos Nirvana, "Heart-Shaped Box".
Nirvana nunca foi alvo de muitas versões, muito por culpa da viuva do líder que resiste um pouco à divulgação em massa da obra dessa banda fulcral na música dos anos 90. Não fosse ela precisar das MTV e afins deste mundo para divulgarem a sua banda Hole e provavelmente nem teriamos nunca o prazer de rever e reouvir Nirvana nos meio de comunicação.

Com a excepção duma Tori Amos inspirada, numa versão arrepiante ao piano do hino maior de Nirvana, as outras (poucas) versões de que esta banda foi alvo, deixam muito a desejar. talvez porque há Artistas impossiveis de igualar, talves porque fazer algo diferente e original, de músicas que já fazem parte da própria historia pessoal de tantos milhões de amantes de Música seja muito complicado...

Mas...
Esta banda do momento, consegue pegar numa música que transpira raiva e violência, colocar o seu riff magnético numa guitarra acustica e safar-se muitissimo bem. Substituindo a raiva pela melancolia, e a violência pela contemplação, conseguem levar-nos hipnotizados à mente conturbada de Kurt Cobain, e tal como muitos da nossa geração, fazem da Alma deste monstro sagrado a sua propria alma. No fim a menina ainda consegue meter o homem as reviravoltas na sua tumba (figura de estilo, visto que o seu corpo foi cremado) quando se lembra de nos atingir com os seus gritos de voz pseudo-soprano, mas ao fim de uns meros 5 ou 6 segundos a música acalma. repousando enfim, e apesar deste pequeno trecho pseudo- intenso, a versão em nada fica abalada e na minha modesta opinião estes senhores podem muito bem ser colocados na sombra dessa grande senhora que é Tori Amos (não digo ao lado porque ainda têm que comer muito pão para isso, e ao lado do original nem por sombras). Enfim... Nem todas as bandas do momento são más e mesmo que esta se enterre mais cedo ou mais tarde como é normal, pelo menos qualidade possuem, e se o resto não o demonstra lá muito bem, esta versão tira todas e quaisquer dúvidas.

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