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Anathema "A Natural Disaster"


E ai está o novo disco dessa banda magistral.
A banda mais emotiva do mundo, banda sonora de depressões e solidões, companhia de lágrimas e recordações do passado, desilusões amorosas, vazios existenciais e desejos de Morte. Tudo com uma beleza lírica e musical arrebatadora, deixando qualquer amante de música conquistado.

Cada vez mais afastados do doom-metal de qual foram um dos agrupamentos de referência, o seu som neste momento é uma mistura de Pink Floyd, e sons ambientais enlevando-nos através da sua própria contemplação do ser humano. Ao contrário de muitas bandas que ao evoluírem musicalmente, perdem no percurso admiradores, porque são incapazes de evoluir de um modo linear e seguro (embora pareça que falo de Metallica não o faço pois acho que eles o fizeram muito bem até este ultimo disco em que recuaram e mal) os Anathema souberam mudar de um modo quase radical (embora tenha sido progressiva essa mutação, ouvindo hoje em dia o último e uma demo ou o seu primeiro trabalho, as diferenças são abismais) e em vez de perder admiradores, souberam como nenhuma outra banda fazer evoluir os seus fãs também. Porque a qualidade nunca desceu, nunca houve hesitações nem passos mal dados, apenas e só uma evolução consciente e um amadurecimento de som, sem a perca da alma única que sempre os caracterizou.

E o que dizer deste novo disco?
Nem eu mesmo sei, apesar de ser ainda recente, penso que não consegue igualar esse portento que foi e é "Judgement", mas de qualquer dos modos estão aqui inseridas algumas pérolas que deveria ser obrigatório conhecer. O primeiro single é a música "Are You There?" com um ambiente bastante calmo, de uma beleza serpenteante na voz de Vincent Cavanaugh, e com pormenores muito "Oceano Pacifico", uma letra como não poderia deixar de ser depressiva, falando da solidão e da saudade, penso que quem não conhece ainda Anathema (e infelizmente é a maioria) esta música será capaz de abrir o apetite para o que se seguirá, ou neste caso, para o que a precedeu. A música hómonima do disco, é uma música claramente influenciada por Portishead, com uma vocalista convidada (que ainda não descobri quem seja, se alguém souber agradecia que o dissessem nos comentários ---P.S. 16 Dezembro- A vocalista chama-se Lee Douglas e é irmã do baterista John Douglas, tendo já participado anteriormente em discos de Anathema---) que nos leva numa viagem sedutora novamente sobre o tema clássico da música pop a desilusão de Amor:

"its been a long cold winter without you
i've been crying on the inside over you
just slipped through my fingers as life turned away
its been a long cold winter since that day "


A música que encerra este disco "Violence" é um instrumental calmo e sereno de piano, com pequenos apontamentos dos velhos tempos de guitarras eléctricas distorcidas, e baterias tresloucadas. Talvez uma preparação para um retorno aos velhos tempos do doom metal? Talvez não visto que a música "Closer" chega a usar vodacods ao melhor estilo dos Daft Punk (estranho no mínimo) que poderá até assustar os fãs, mas quando se lê a letra, reparamos que é apenas mais uma liberdade que os músicos usaram para estender o seu som para outros domínios e a sua alma continua a mesma.

"your dream world is a very scary place
your dream world is a very scary place
your dream world is a very scary place
to be trapped inside
to be trapped inside
to be trapped inside
all your life "


No geral é um disco óptimo para descobrir o som e o mundo de Anathema, mas na minha modesta opinião, mesmo que algumas músicas sejam excelentes, não conseguem igualar a genialidade de outros tempos, mas sempre uma agradável surpresa ou confirmação no meio da lama que hoje em dia existe.

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