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John Lennon - Working Class Hero



John Lennon. Considerado por muitos como o grande génio da música do sec.XX, este senhor foi autor de algumas das mais belas músicas do século passado, quer na banda que o deu a conhecer ao mundo (The Beatles), quer a solo, que quer se goste ou não de admitir isso, é onde se encontram as suas maiores pérolas. Não falando do supra popular "Imagine", quase que unânimemente considerada a música mais popular de todos os tempos, a sua obra a solo possui momentos capazes de arrepiar qualquer ser humano com um minimo de sensibilidade. E este exemplo que pretendo falar, não querendo afirmar que se trata da sua obra-prima, decerto que pouca gente poderá ficar chocada ao afirmar que aqui, John Lennon consegue com um poder de sucintividade so possivel aos grandes génios descrever na perfeição um momento na vida de cada um de nós, e levar esse sentimento para o mais amplo da questão social da sua época. Musicalmente a musica só não é pobre porque é duma beleza, intensividade e raiva notáveis. Deixando todo o ênfase na letra e na emotividade da voz, o músico da-nos uma música acustica de apenas um acorde, não perdendo tempo com acordes, harmonias e tudo o demais que poderia retirar o sentido daquilo que a música realmente representa: o medo, a raiva, o desespero, a incógnita do Futuro de um jovem, as suas causas, a hipocrisia da sociedade que cria estes individuos, largando-os numa selva disfarçada de civilização. Talvez nenhuma palavra consiga descrever isto tão bem como a própria letra, e é isso que aqui vou deixar para todos vós, num exercicio de tradução.


"Assim que nasces fazem-te sentir pequeno
Tirando-te Tempo, em vez de to darem todo.
Até a Dor ser tão grande que deixas de sentir.

Magoam-te em casa, e batem-te na escola,
Odeiam-te se és esperto e desprezam um burro,
Até ficares tão confuso que não consegues seguir as regras.

Torturam-te e assustam-te durante 20 estranhos anos,
E depois esperam que escolhas uma carreira
Quando não consegues funcionar e estás cheio de medo.

Mantêm-te anestesiado com religião, sexo e televisão,
E achas-te tão esperto, sem classe e livre.
Mas para mim não passam da merda duns saloios.

Ainda te dizem que podes chegar ao topo,
Mas primeiro tens que aprender a sorrir enquanto matas,
Se quiseres ser como os gajos da zona chique."


Aqui não meti o verso do refrão, a ideia era mesmo mostrar a genialidade em tão poucas palavras, daquele que é na opinião da maioria dos melómanos, considerado o maior génio da música pop do sec.XX. Percebam o porque, e esta é só uma das grandes músicas que este senhor deixou para a Eternidade, antes de ter sido assassinado a porta da sua mansão por um fã, que se sentiu traído ao ver que enquanto ele cantava a revolta dos "heróis da classe média" contra o poder estabelecido da hipocrisia, o próprio vivia no maior luxo que o dinheiro pode comprar (até os caixotes do lixo eram de ouro). Ironias do destino?

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