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Satyricon

Dark Medieval Times (review)

A banda Satyricon com apenas dois demos lançados (“Satyricon” em 1992 e “The Forest is My Throne em 1993) já tinham adquirido um estatuto bem sólido no underground de black metal Norueguês e arredores apesar de nem sequer ser uma banda que se auto-promove muito, o que lhes dá uma maior imagem visto que fazem o que acreditam e não o que os outros dizem. Satyr e a banda começam a trabalhar no projecto e entre ideias surge um trabalho centrado na arte e mística medievais, esse álbum é o primeiro “full length” da banda, Dark Medieval Times. Antes do lançamento não se sabia exactamente do que se esperar, mas de certo que seria um bom álbum.
E como esperado grande álbum que este é, sons bem melódicos e viajados misturam-se com violentos riffs, com vozes próprias do black metal e com a adição também de o uso bem conseguido da guitarra acústica (aptidões e característica importante que podemos ouvir na música somente instrumental e acústica “Min Hyllest Til Vinterland”). Uma grande característica deste álbum é o ambiente que se forma em volta de toda a melodia que Satyr nos proporciona, com suaves sons instrumentais este álbum é capaz de nos transportar ao mundo que descreve, a era medieval, porque para além dos sons e instrumentos que caracterizam a época podemos também sentir grande negrume, raiva e ira apesar dos “barulhos” melódicos, coisa que caracteriza também esta época de repressão.
O álbum começa com um grande instrumental da música “Walk The Path Of Sorrow”; semelhante a sons que podemos ouvir em templos demoníacos e sagrados, com vozes femininas que parecem famintas por sacrifício, e isto junto com esquizofrénicos sons de violino e percussão, de repente a música estoira numa melodia completamente abrasiva com grande raiva e melancolia como já descrevi anteriormente e de repente surge uma parte acústica transmitindo uma calma serena, e paz de espírito elevada; mas somente temporária pois passado algum tempo os riffs de guitarra e bateria juntos com o som de órgão estoiram. As músicas do álbum são nesta linha, com a grande vantagem de que à medida que avançamos no álbum cada vez nos soa melhor a arte feita por Satyricon. Existe até uma parte na música “Dark Medieval Times” em que ouvimos uma flauta misturada com guitarra acústica que quase que parece que algum tipo de flautista alado nos está a conduzir por uma floresta, remetendo-nos para sítios descritos em grandes utópicas fábulas. Quase que podemos ouvir todo o álbum como se fosse uma única música que vai fluindo de minuto a minuto, de sinfonia para sinfonia.
Difícil é nomear destaques neste álbum, pois como já disse anteriormente é como se fosse somente uma música, mas mesmo assim os maiores petardos na minha opinião são “Walking The Path of Sorrow”, “Dark Medieval Times” e “Taakeslottet”.
Algumas letras em norueguês e algumas letras em inglês descrevem grandes ambientes noctívagos e sombrios, apesar de grande número de bandas escrever sobre tal temas Satyricon distingue-se pela poesia que Satyr transmite.
Que melhor imagem podia descrever a época medieval senão uma que mostra cavaleiros e castelos? Pois essa é a capa do álbum, em preto e branco e, apesar do cliché que já se tornou este tipo de arte, a capa conjuga-se na perfeição com a mística envolvente, bem conseguida a capa.

Escrito por: Abyss

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