Páginas

Mirrorthrone

Album: Of Wind and Weeping

Já que falei de Vladimir Cochet, está na hora d falar de um dos seus projectos, na minha opinião o melhor: Mirrorthrone.

Of Wind and Weeping é o primeiro álbum completo da banda Mirrorthrone que é
precedido por um demo de 2001 e um promo concebido no ano de 2002 com o mesmonome que teve como intuito o reconhecimento para com as discográficas; foram enviados 100 CD-R com este mesmo fim sendo a única diferença (em termos de
número de músicas) a ausência das músicas “Racines Dènudèes” e da música
“Aborted” (no caso do promo de 2002). Já no demo de 2001 foram gravadas somente
50 cópias para enviar a revistas; neste demo fazia-se sentir a falta das 4
primeiras músicas do álbum de 2003: “Racines Dènudèes”, “Florilège Lunatique
Occultement Révélateur et Néantisation Caduque Engendrée”, “The Four Names of
the Living Threatening Stone”e “Aborted”.
Lançado no ano de 2003 o álbum na sua derradeira forma “Of Wind and Weeping” temcomo protagonista Vladimir Cochet que assume todos os instrumentos e vocais (com excepção dos femininos); Vladimir é o autor de todas as composições tanto
líricas como sonoras dos Mirrorthrone visto ser o único membro da banda, apesar
de ter a ajuda dos vocais femininos de Marthe.
Ao ouvirmos este álbum somos imersos num trabalho épico, com melodias insanas e
macabras, envoltas em grande melodia e também riffs esquizofrénicos. Os riffs em
si parecem ser libertos de qualquer tipo de noção de seguimento lógico,
enfatizando assim o som de cada um dos instrumentos como sendo um elemento
fulcral nas músicas. A bateria principalmente é dotada de uma velocidade
alucinante encontrando-se bem distinta de tudo o resto, o que dá grande ênfase
aos riffs efectuados por esta. O som vindo do órgão tem também estas mesmas
características: um som bem livre de regras que nos trás uma sonoridade clássica
e teatral, característica esta bem importante pois ao ouvirmos o álbum parece
que assistimos à banda sonora de uma peça de teatro trágica cujos protagonistas
são Vladimir Cochet e nalguns actos entrando também Marthe, é de enfatizar o
facto de que quando Marthe canta nas músicas parece existir um diálogo com
Vladimir, o que nos leva então para a característica teatral do “Of Wind and Weeping”. A Voz na sua grande maioria é limpa apesar de assumir uma “anormalidade” e melancolia bem grande; ouvem-se também vocais maiscortantes que imergem rapidamente seguidos muitas vezes das vozes melancólicas que se fazem sentir. Como já descrevi a sonoridade é bem diferente do habitual caracterizada por riffs muito inconstantes e libertos o que confere grande arte
às musicas dos Mirrorthrone. Este é um metal que eu delineio como sendo obscuro,
atmosférico e até experimental.
Os destaques encontram-se em músicas como na “The Notion of Perfect”: música
calma e frenética ao mesmo tempo, com características acústicas, serve bem para
relaxar. Destaque para o uso dos vocais de Marthe que entram em perfeita
ressonância com a melodia do órgão e dos riffs de todos os instrumentos, elevado
é também o solo de guitarra; “Moi Mort…”: onde se encontra em grande escala a
teatralidade deste álbum que é sem qualquer tipo de dúvidas uma característica
bem conseguida e inovadora; “Of Wind and Weeping: o único instrumental do álbum,
a meu ver o instrumental é sempre algo que enriquece um álbum; Racines Dènudèes:
uma boa música para iniciar o álbum, apesar de longa não é uma música saturante
já que é possível observar-se sempre grande arte e fluidez. Mas em geral todas
as músicas são boas não entrando em monotonia.
As letras não falam somente de assuntos como a morte ou melancolia abordando
também questões filosóficas através também de descrições de natureza horrenda e
de ambientes vastos e imersos em tristeza. Algumas são escritas em inglês,
outras em francês suíço.
Podemos então concluir que este é um daqueles trabalhos que nunca devem ser
deixados ao esquecimento.


Escrito por: Abyss

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...