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Jeff Buckley - Hallelujah

Antes de Leonard Cohen ter tido a sua voz “destruída” pelos inúmeros cigarros fumados, tinha uma voz suave e cândida. Mas quando compôs esta canção, já a sua voz tinha a densidade dos anos.
Anos depois, inúmeras interpretações depois, um jovem de voz cândida, suave e angelical interpretou essa canção e conseguiu diferenciar-se de todas as outras interpretações.
Reduzindo a canção quase ao mais básico, fez-se acompanhar de uma guitarra eléctrica deambulando por paisagens etéreas e colocou todo o ênfase na voz. Naquela voz pura, angelical, sussurrante, que agride de tão frágil e poderosa que é.
O que ficou foi uma interpretação memorável, porque a voz frágil e poderosa de Jeff Buckley é o veículo perfeito para as emoções encerradas nesta composição. Um misto de fragilidade e poder. Um fascínio hipnotizante por algo que queremos ser mais forte que nós, uma entrega incondicional, o sentir-se humilde e frágil e ao mesmo tempo protegido e forte. O render-se a uma esperança de salvação, com a consciência que podemos ser destruídos. Não, “Love is not a victory march”. Todos sabemos isso, todos sabemos que “It's a cold and it's a broken Hallelujah”, mas poucas vezes quanto nesta canção esta certeza é tão violentamente cravada na nossa alma.


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