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Celtic Frost - A Dying God Coming Into Human Flesh

Existem poucas bandas com o culto dos Celtic Frost. Também existem poucas bandas com a sua influencia, importância e qualidade. Oriundos do mais improvável dos países europeus (Suíça), nos anos '80, a sua forma de estar na Música revolucionou por completo o underground europeu, e formaram juntamente com os Bathory e os Venom as bases daquilo que mais tarde se veio a denominar black-metal, muito embora, o seu líder Tom G. Warrior já tenha confessado que detesta black-metal, a sua busca nunca foi uma qualquer ideia de extremismo sonoro, visual ou lírico, mas sim expandir a Arte musical além dos limites em que estava estrangulada, e para si o termo extremo tinha mais a ver com "alem do normal" que propriamente "fora do normal". Pormenores...

A dada altura os Celtic Frost separaram-se, e em 2006, aquando do seu regresso (antes de se separarem novamente o ano passado), o album "Monotheist" foi recebido com a curiosidade devida a quase duas décadas de ausência, duas décadas em que o seu culto cresceu na proporção em que as suas sementes lançadas também cresceram, ou seja, depois do nascimento, maturação e dispersão do black-metal. Na altura talvez ideal, no momento em que o black-metal já estava a se reencontrar com a filosofia original dos seus criadores, mais centrado na expansão de ideias que propriamente em se centrar na mesma ideia de extremismo que já estava a ficar saturada (ou não).

Faixa 3 do disco, A Dying God Coming Into Human Flesh. O seu início é fantasmagórico, calmo, assustador, uma voz que canta quase que murmurando numa cadencia que cresce, não duma forma audível, mas sente-se um crescendo, uma tensão, como uma ameaça prestes a explodir, mas uma ameaça inatingível, como que fora deste mundo, ou como diz a letra, um frio... Um frio que toma conta de tudo, um frio que se torna tudo... "And all is cold. And cold is all."...
E de repente... um acorde explode! E nessa altura já estamos embrenhados na música, no lick de guitarra que nos embala, no peso da guitarra que nos prende, no peso que nos esmaga, na voz que nos dilacera enquanto nos encanta... e quando a bateria começa a voar já perto do fim, e a voz nos repete "I am a dying God, coming into human flesh" não podemos deixar de pensar que esta talvez seja uma viagem assimétrica da jornada de Dante. Aqui não começamos no Inferno para chegar ao Paraíso, aqui começasse no Paraíso e caímos que nem anjos perdidos no fundo do Inferno. Pelo menos durante 5m39s...

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