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Kristin Hersh - Your Ghost

É comum encarar-se uma canção enquanto uma coisa "morta". Depois dela ser gravada, editada, geralmente é assim que ela fica para a posteridade. mas as canções são entidades vivas, que se vão mudando, alterando, construindo ao longo do tempo. Será que sempre bem? Há canções que ao fim de alguns anos a serem tocadas ao vivo são coisas completamente diferentes, mas por vezes nem demora muito tempo a mudarem, e pior, há canções que vivem tanto de um momento, um singelo momento irresistível de quando foram gravadas, que por vezes é complicado repetir a sua magia.
A música de que hoje quero falar não está em nenhum disco, a versão final é um dueto entre Kristin Hersh e Michael Stipe dos REM, a versão de que quero falar é a versão da demo, a versão gravada antes do disco.

É óbvio que o esqueleto é o mesmo, a música é a mesma. mas nesta versão, despida ao mais puro da sua essência musical, a música tem um encanto que na versão final não tem. A música está o mais simples possível, respira, consegue assim, despojada de artifícios (ou pelo menos, com o mínimo possível) atingir o âmago daquilo que pretende. Uma música de uma beleza simples, que consegue dizer tudo o que quer... E principalmente, consegue fazer-nos sentir a música!

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Current 93 - Sunset (The Death of Thumbelina)

já aqui falei de Current 93, mas não podia deixar de falar aqui também desta música, numa abordagem completamente diferente da anterior música que falei.

As premissas continuam as mesmas, simplicidade, voz e letras. mas em vez do ritmo quase industrial cheio de distorção, nesta música a ambiência é feita com uma guitarra acústica, dedilhada, repetindo ad eternum o mesmo riff, na melhor forma folk. O pormenor que aqui mais dá nas vistas, é um violino que se expressa, no final de cada frase, oferecendo ao todo uma aura elegante, misteriosa, quase mágica.
Uma música de uma beleza muito especial, ideal para ouvir nestes dias cinzentos, com o vento e a chuva a beijarem a janela.

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Current 93 - Black Ships Ate The Sky

A simplicidade é complicada. Mais até que fazer uma música cheia de acordes, com muitas notas, muitos ritmos complicados. Fazer uma música simples, directa, e principalmente, boa, é muito complicado.
David Tibet, um músico obscuro, prima por composições simples, baseadas principalmente na beleza intrínseca de certas harmonias, de certas melodias. E embora pessoalmente não conheça muita coisa do seu vasto reportório, o pouco que conheço é simplesmente divinal. E no meio desse pouco que conheço, há uma música que prima pela diferença. Simples, muito simples, um baixo e duas guitarras. sempre a mesma nota, sempre o mesmo acorde, sempre o mesmo ritmo, atacado sempre no tempo certo. Uma das guitarras deriva por paisagens sujas ao melhor estilo de rock alternativo e sujo, mas isso é irrelevante. A música é sempre aquele ritmo industrial, e a letra, a voz, numa pungente e pujante interpretação. Intenso, poderoso, hipnótico. Capaz de nos esmagar... Brilhante!!!

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